sexta-feira, setembro 29, 2006

tantos sonhos que desenhei..
os castelos de fosforos e de cartas
que se amontoam na minha escrivaninha
sao fogo de artificio, dias perfeitos

Comprei os adjectivos à consciencia
e vendi-os á minha alma
amei o que tinha para amar
e em silencio esqueci as flores
as flores da minha vida..

fiz das nuvens mensagens de fogo
por amor de deus, amei a serio
assinei pactos com varios deuses
e nunca os consegui pagar

Escrevi os passos da glória
que sei eu? inventei...
discursei aos meus desejos
oh como fui convincente

e agora, deixo-te a cantar
vou-te deixar a cantar

a poesia toda que li
e me ajudou a amar o mundo
cai assim sobre os meus joelhos
e neste livro, que agora se fecha
deixo um espaço vazio

domingo, setembro 24, 2006

sonho branco

as noites que passo ao sol
sao minhas bem sei
e se me escondo em sonhos brancos
ou em véus, claros, que me tapam
sou logo acometido de loucuras
tomado das doenças mais esquisitas
apunhalado pelo fado e pela fortuna

eu nao sou louco, amigos
mas digo-vos que noites mal dormidas
excessos criativos, ironias destemidas
e as experiencias que nao vivo
me abriram os olhos
e assim fiquei,
com ar de demente
a brincar com o sol à noite

quarta-feira, setembro 13, 2006

hoje
que os teus olhos movem marés
que o doce da tua boca
ilumina herois, destroi almas
cria horrores e fustiga os bravos
as tuas doces palavras
servem-nos de sonho, de modelo
dao-nos caminho e riso e vida
dao-nos ser, forma, luz
hoje
que sonhamos com serenatas
com bailes na tua presença
com o teu lento caminhar
que tortura, que humedece que diminui
o brilho da tua pele que inflama
as noites passadas em pranto
em sonhos frios, em conversas loucas
as noites que sonhamos sozinhos
e falamos juntos
tudo por ti, tudo por ti
hoje
amor e desespero, fogo eterno
luz crepuscular caminho do inferno

sentado a olhar um fauno ridiculo
sou eu que toco sozinho
a musica do meu pranto
eis-me louco, o feitiço do teu encanto