terça-feira, julho 25, 2006

quando falas do mar ,minha amada
vês que fico quase emocionado
não é pelo mar em si, que me é inútil
é pelo teu ânimo, que me faz acreditar
que se tivesses algum por mim
não precisaria de me emocionar assim
o que me faria, invariavelmente,
não conhecer tão bem o mar

somos partes lindas do teu corpo
adoramos pontos de confluência
traços que sobem, que descem
que acabam e começam e se dividem
somos os teus olhos azuis
e as lagrimas do teu sorriso
os teus momentos distraidos
sao retratos que se guardam
os desejos que provocas
são o sal, o sol a minha sombra
o meu Sul, o meu Norte, o meu Forte
e as tuas mãos que se controlam
seguras, firmes,aguentam o mundo
a força da tua imperativa altivez
e os pecados da tua fraqueza
oh, como vive alguem que nao ama?
sabes... somos teus sofia
somos paixoes, ódios, segredos
e rios e esperança e amor
somos os teus sonhos
e como eu adoro
fazer parte deles

segunda-feira, julho 03, 2006

conto os dias como um louco
o meu amor proprio anda
a rolar pelas pedras, os seixos
de tanto limados,
sao agora pequenas e tristes
lembranças feridas do que fui

sou fogo que nao queima
sou a esperança do amanha
conspurcado pelo momento
terrivel a manha, a virilidade
da minha glória, tão vã

o meu cavalo jaz morto, enfim
morto pela seta do meu orgulho
mas as pernas que nasceram em mim
tão donas de si mesmo,
não me deixam cair
e rolar pela praia,
como os seixos que carrego no bolso
tão cheios de mentiras e sonhos