segunda-feira, julho 03, 2006

conto os dias como um louco
o meu amor proprio anda
a rolar pelas pedras, os seixos
de tanto limados,
sao agora pequenas e tristes
lembranças feridas do que fui

sou fogo que nao queima
sou a esperança do amanha
conspurcado pelo momento
terrivel a manha, a virilidade
da minha glória, tão vã

o meu cavalo jaz morto, enfim
morto pela seta do meu orgulho
mas as pernas que nasceram em mim
tão donas de si mesmo,
não me deixam cair
e rolar pela praia,
como os seixos que carrego no bolso
tão cheios de mentiras e sonhos